Quixadá. Hoje, a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) monitora 155 açudes públicos. Os dois últimos incluídos na lista neste ano foram o Geminal, no Maciço de Baturité, e o Cocó, em Fortaleza.
Todos eles têm o seu aporte hídrico acompanhado diariamente pelo órgão estadual. Conforme o seu diretor, João Lúcio de Farias, os volumes de parte dos reservatórios são aferidos por réguas milimétricas instaladas. Os observadores mantém contato com a Sala de Situação com ligação telefônica através de um número 0800.
Além dos observadores responsáveis pelo monitoramento diário dos açudes oficiais, a Cogerh conta com oito gerencias regionais, uma em cada bacia hidrográfica do Estado, acompanhando os açudes inseridos nessas áreas geográficas. Em cada uma delas os técnicos realizam coleta de água para análise laboratorial da qualidade.
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O terceiro modelo de monitoramento dos açudes que compõem a rede hídrica do Estado ocorre por um sistema de telemetria com uma linguagem de dados conhecida como Datalog.
Esse processo é utilizado no acompanhamento da rede metropolitana, do Eixão das Águas, do Canal do Trabalhador e do maior reservatório do Ceará, o Açude Castanhão. Dessa forma, a Bacia Metropolitana e a do Jaguaribe também são analisadas diariamente.
Sobre a atual situação hídrica do Ceará, o diretor da Cogerh reconhece como crítica, embora em algumas regiões, como o Norte do Estado e a bacia do Coreaú apresentem atualmente 66,12% de carga d’água, apresentando um nível hídrico confortável. A bacia do Litoral, que abastece a região Metropolitana, está com 43 % da sua carga. As situações mais críticas estão no Centro do Estado, onde está situado o terceiro maior açude público, o Arrojado Lisboa (Banabuiú), com 2,94% e a região de Crateús, com 0,58%.
Mesmo assim, o Grupo de Contingência da Seca se reúne semanalmente com o governador Camilo Santana, em seu gabinete, para deliberarem medidas de atendimento à população. Um exemplo está nas cinco mil intervenções realizadas pelas secretarias de governo com o aproveitamento de águas subterrâneas, por meio da perfuração de baterias de poços. As adutoras de montagem rápida são outro exemplo. Além dessas medidas a Cogerh, em parceria com a Funceme, tem monitorado os aquíferos espalhados pelo território cearense.
Eles estão situados na Chapada do Araripe, na divisa com o Piauí e Pernambuco; a Chapada do Apodi, nos limites com o Rio Grande do Norte, ainda o Campo de Dunas, entre o Pecém e Paracuru, no Litoral Oeste, com 100 poços perfurados. Deve-se acrescentar, ainda, os levantamentos que estão sendo feitos no aquífero da Serra Grande, na Chapada da Ibiapaba e a grade área sedimentar, do cristalino, onde está localizado o aquífero fissural, e estão sendo realizados estudos geofísicos.
Por fim João Lúcio de Farias aponta a Transposição do Rio São Francisco como mais opção hídrica para o Estado.
Os 155 açudes monitorados pela Cogerh têm capacidade para armazenar18,6 bilhões de m³ de água. O aporte atual da rede hidrológica é de 1,8 bilhões de m³, o equivalente a 9,78% do seu volume total.