Iguatu. O Estado do Ceará agora conta com 175 municípios, equivalente a 98.7% de seu território, incluídos na região do Semiárido brasileiro. A ampliação é fruto de um esforço do governo estadual por meio de estudo da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), desde 2005. Segundo técnicos do órgão, havia necessidade de inclusão de mais territórios para serem beneficiados por políticas públicas de investimento e desenvolvimento regional.
No total, mais 73 municípios da área de atuação da Sudene foram incorporados à região do Semiárido brasileiro. O órgão de desenvolvimento considerou os recursos interpostos por estados, assim como critérios de contiguidade de fronteira. Os estudos da Funceme foram aceitos e serviram de parâmetros para outras análises. O resultado foi considerado uma vitória do esforço do corpo técnico.
“Nós sempre defendemos a ampliação do número de municípios”, disse a supervisora do Núcleo de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (NURHA) da Funceme, Margareth Benício. “Não se pode observar apenas a pluviometria. Além do mais, o clima não vai até o limite geográfico de cada município, que é definido politicamente”.
Em julho, o Condel já havia aprovado a inclusão de 15 municípios do Ceará na região do Semiárido pelo Ministério da Integração Nacional. Outros que apresentam alta vulnerabilidade ambiental ficaram de fora. A Funceme reavaliou a situação e apontou que não é somente a pluviometria responsável por determinar a semiaridez de um território e apresentou estudo considerando dois novos critérios: área de domínio do bioma Caatinga e Regime de Aridez (RA).
“Considerando que o domínio da Caatinga está diretamente associado ao Semiárido, foram priorizados os municípios que têm em seu território o bioma Caatinga, com áreas susceptíveis à desertificação, onde está concentrada cerca de 17% da população do País e onde verifica-se um aumento da vulnerabilidade e da pobreza, situação agravada pela falta de alimentos, escassez hídrica, degradação dos recursos naturais e redução da produção agrícola”, explicou Margareth Benício.
Pela proposta da Funceme, a nova proposição da Sudene considerou somente o Regime de Aridez (RA), deixando de fora o bioma Caatinga. O Regime corresponde a um outro parâmetro que vem sendo analisado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), que tenta capturar as condições interanuais, ao invés de focar apenas em valores anuais de precipitação e evapotranspiração, que pode mascarar as condições.
FONTE: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/ceara-possui-175-cidades-incluidas-no-semiarido-1.1857199