A Funceme prevê mais chuvas hoje e na madrugada de amanhã em toda a faixa de região litorânea do CE

Iguatu. Três açudes já transbordam no Ceará. Os reservatórios Junco, em Granjeiro, pertencente à Bacia do Rio Salgado, e Valério, no Município de Altaneira, da Bacia do Alto Jaguaribe, transbordaram. O primeiro foi Tijuquinha, em Baturité, que atingiu a cota máxima de sangria anteontem. De acordo com Funceme, choveu, ontem, em 128 Municípios (até o fechamento deste edição) e as maiores precipitações foram registradas na região da Ibiapaba, Litoral Norte e Sertão de Crateús.

A maior precipitação ocorreu em Ipueiras, na macrorregião da Ibiapaba, onde foram registrados 77 milímetros, seguido de Ibiapina com 75mm e Nova Russas com 65mm. Na região do Cariri cearense, choveu em vários Municípios, mas a maior foi em Santana do Cariri, com 47milímetros.

De acordo com a Funceme, a tendência é de oscilação do quadro chuvoso no Estado. Neste fim de semana, o centro de alta pressão (Vórtice) dissipou e favoreceu a ocorrência de precipitação em várias regiões. Para as próximas 72 horas há a possibilidade de chuva em todo o Estado. “Se o Atlântico Norte esfriar, que está com temperatura ´neutra´, as chuvas serão mais intensas”, explicou a meteorologista da Funceme Gabriela Lameu.

Para hoje e a madrugada de amanhã, a Funceme prevê chuva em toda a extensão litorânea. O quadro geral é de prevalência do sistema La Niña, em que o Oceano Pacífico apresenta temperatura mais baixa e o Atlântico Norte mais frio em relação ao Atlântico Sul.

No fim de semana passado, houve registro da maior precipitação do ano, em Beberibe, com 180mm, mas a Funceme, mesmo com o monitoramento de radar meteorológico só consegue prever precipitações intensas a curto prazo, horas antes, quando ocorre a formação do sistema e seu deslocamento. Entretanto, a chuva em Beberibe verificou-se do sábado para o domingo e o plantão da Funceme somente funciona até as 12 horas no fim de semana.

Os moradores das cidades de Granjeiro e de Altaneira comemoram ontem a sangria dos açudes Junco e Valério. Nos últimos dias, esses reservatórios já apresentavam mais de 90% da capacidade de armazenamento de água. Na Bacia do Alto Jaguaribe, outros dois açudes estão com capacidade elevada, Trussu em Iguatu, e Muquém, em Cariús, que acumulam respectivamente, 93% e 94%. A expectativa é de sangria no próximo mês, caso as chuvas continuem regulares e intensas, na região.

De acordo com levantamento diário realizado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o percentual de acúmulo de água nos 136 reservatórios monitorados pelo órgão de ontem para hoje, aumentou em 0,28%, perfazendo um total de 70,28%. A verificação dos níveis dos reservatórios é feita em parceria com o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs).

No momento, 14 açudes estão com volume acima de 80% e três acima de 90%. O mais próximo de sangrar é o Açude Gavião, em Pacatuba, na Bacia Metropolitana, com 94,8%. Os outros dois são Trussu, em Iguatu, e Muquém em Cariús. O Açude Orós, o segundo maior do Ceará, está com 89%, e o Castanhão, o maior do Estado, com 72%.

O tenente coronel Marcos Viana, da Defesa Civil do Estado, informou que, até o momento, houve duas solicitações de deslocamento de equipes do órgão para acompanhamento e verificação de ocorrências em Beberibe e Quixelô, que registrou o arrombamento do muro de contenção de uma barragem próxima à cidade. “Por enquanto o quadro é de normalidade”, salientou o tenente coronel. “Estamos acompanhando e monitorando a situação no Estado”.

CHUVAS NO CEARÁ

Municipio mm

Ipueira…………………………………………………….77

Ibiapina…………………………………………………. 75

Poranga………………………………………………… 70

Nova Russas …………………………………………65

Santana do Cariri………………………………… 47

Pedra Branca……………………………………….. 42

São Gonçalo …………………………………………..37

Ibicuitinga ……………………………………………..30

Pindoretama …………………………………………30

Mombaça ……………………………………………….27

Fortaleza ………………………………………………..27

Pacatuba ………………………………………………..26

Trairi ……………………………………………………….26

Cedro ………………………………………………………25

Uruoca ……………………………………………………25

Santa Quitéria……………………………………… 24

Graça ………………………………………………………24

Marco ……………………………………………………..24

Itarema………………………………………………….. 24

Beberibe ………………………………………………..23

Fonte: Funceme

Mais informações

Funceme – (85) 3101.1117
http://www.funceme.gov.br
Defesa Civil do Estado – 199
Cogerh – (85) 3218.7020
http://www.portal.cogerh.com.br

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER

Defesa Civil busca solução para Canal do Grangeiro

Crato. Para elaborar uma cultura de preparação para o controle de desastres em Crato, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Estado realizaram, na manhã de ontem, uma reunião com representantes de 34 órgãos, instituições e a população do Município. No momento, a grande preocupação das autoridades é quanto aos riscos de enchentes que possam gerar novas tragédias, como a que ocorreu em janeiro do ano passado.

O problema crônico na cidade ainda é o Canal do Rio Grangeiro, que foi parcialmente destruído pelas chuvas. Da obra de reconstrução do cenário de desastre, foi realizada apenas a primeira etapa, onde foram alocados R$ 2,5 milhões dos R$ 4 milhões que o Governo Federal destinou para a realização das obras emergenciais.

Até agora, a Defesa Civil fez um levantamento completo da obra realizada no canal. Já foram detectadas áreas em que o processo de erosão está mais intenso do que em relação ao diagnóstico da inspeção anterior, realizada há 30 dias. O órgão acredita que a solução definitiva para a questão dependerá de um trabalho técnico mais elaborado. Na cidade, ainda há outra preocupação quanto às demais áreas de risco, como Baixada Fluminense, Alto da Penha, Rua Tristão Gonçalves e Encosta do Seminário. Nesta última, atualmente residem cerca de 140 famílias.

O canal do Rio Grangeiro tem capacidade máxima para uma vazão de 30 metros cúbicos de água por segundo. Na última enchente, a vazão foi de aproximadamente 300 metros cúbicos de água por segundo. Por isso, o local é a principal preocupação de toda a população cratense e dos órgão e gestores públicos.

Para a Defesa Civil, o maior problema está ligado à vazão das águas do canal, que tem calha pequena para a grande quantidade de água que vem da bacia de contribuição do Rio Grangeiro. Em períodos de chuvas, a situação fica ainda mais crítica. Já o prefeito Samuel Araripe, teme que a cidade possa ficar ilhada a qualquer momento.

A reunião buscou soluções definitivas para solucionar o problema que atormenta os cratenses há mais de um ano. A Defesa Civil do Estado e o Corpo de Bombeiros irão prestar contas dos investimentos com a realização da primeira etapa das obras de reconstrução do cenário de desastre ao longo do canal. O órgão está avaliando se a obra está compatível com os valores que foram gastos.

A Defesa Civil vai acionar o Departamento Estadual de Rodovias (DER) para avaliar a compatibilidade técnica do projeto. A Defesa Civil observou que o assentamento de gabiões pode não ser a medida mais adequada para a formação da calha do canal. Por isso, irá cobrar um estudo técnico que justifique o uso de gabiões na reconstrução da área destruída.

Alguns estudos feitos pela prefeitura do Município apontam como solução mais viável, a elaboração de um projeto maior, que desvia parte da vazão das águas do canal, através de túneis, para o Rio Batateiras e outros, a medida também prevê a criação de bacias de amortização. Porém, as ações deverão ter custos mais elevados, se forem executadas.

YAÇANÃ NEPONUCENA
REPÓRTER

Previous post Indústria quer ter acesso aos recursos da cobrança pelo uso da água
Next post Cartilha “Conhecer e Cuidar”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *