Comitê do Banabuiú e Comissão Gestora avaliam alocação de água do Sistema Hídrico Fogareiro e analisam estudo sobre chuvas na região

Na quarta-feira (27), a regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) na Sub-Bacia do Banabuiú, em Quixeramobim, sediou uma reunião para avaliar a alocação de água no Sistema Hídrico Fogareiro e discutir as operações realizadas no segundo semestre de 2024.

A coordenadora do Núcleo de Gestão Participativa, Dayana Magalhães, destacou a importância da gestão participativa, apresentando o papel fundamental dos comitês e das comissões gestoras para a tomada de decisões. Ela enfatizou como a participação da comunidade local pode tornar a gestão da água mais eficiente e transparente.

Atualmente, o Açude Fogareiro, no município de Quixeramobim, registra um volume de 90,26 milhões de metros cúbicos (m³), o que representa 76,49% de sua capacidade total.

A operação do sistema teve início em 8 de julho de 2024, com uma vazão aprovada de 530 litros por segundo (l/s). Ao final da operação, em 31 de janeiro de 2025, o açude atingiu um volume de 91,05 milhões de metros cúbicos. Esse valor representa uma diferença positiva de 6,45 milhões de m³ em relação ao volume inicial, evidenciando um comportamento favorável no reservatório.

Luís César Pimentel, coordenador do Núcleo de Operações, apresentou os dados operacionais do sistema e também discutiu as previsões climáticas para a quadra chuvosa de 2025 no Ceará. A previsão aponta para uma probabilidade de 35% de chuvas abaixo da média, 45% de chuvas dentro da normalidade e 20% para chuvas acima da média.

De acordo com os modelos climáticos, a precipitação deve ser mais intensa no noroeste do estado, com anomalias positivas, enquanto o sudeste deverá registrar anomalias negativas.

Além disso, ficou encaminhada a avaliação da situação operacional da Adutora Fogareiro-Rio Pirabibu e, junto ao Comitê do Banabuiú, a possibilidade de uma operação emergencial para atender à demanda de abastecimento humano, especialmente no Trecho 1.

Estudo sobre chuvas na região

Durante o encontro, Jefte Arnon, da Secretaria de Agricultura de Quixeramobim, apresentou uma análise histórica da chuva em Quixeramobim, abordando os desafios e as oportunidades para o setor agrícola.

O estudo, realizado com base em dados de 1896 a 2024, revelou que, nos últimos 128 anos, Quixeramobim teve 41 anos de chuvas abaixo da média, 47 anos com precipitações dentro da normalidade e 41 anos com chuvas acima da média.

A análise, dividida em duas fases (1905-1964 e 1965-2024), indicou um aumento de 7,8% no volume de água, além de uma redução no número de anos secos. Jefte também correlacionou a variação das chuvas com as mudanças na produção de leite no município, destacando como as oscilações climáticas impactam diretamente as cadeias produtivas locais.

Estiveram presentes representantes dos municípios de Quixeramobim e Boa Viagem. O Comitê do Banabuiú foi representado por Ronilson Rodrigues, presidente do colegiado e secretário da comissão gestora do Sistema Hídrico Fogareiro.

A reunião se destacou como um importante passo para o fortalecimento da gestão compartilhada dos recursos hídricos no estado, com ênfase na participação da comunidade local e no alinhamento das ações entre os diferentes atores envolvidos.

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