Morada Nova. Paralelo à luta para conseguirem apoio do governo do Estado na perfuração de poços, os agricultores deste município, que atuam no perímetro irrigado, estão buscando também o uso de novas tecnologias para o melhor uso da água na irrigação. Os poucos produtores que dispõem desse recurso assumem o desperdício e alertam que o sistema de irrigação é o mesmo utilizado há 40 anos.

Os poços têm sido a salvação dos produtores, já que o Açude Banabuiú deixou de suprir a demanda desde o segundo semestre do ano passado. Quem tem recursos, investe em média R$ 8 mil para implantar um poço de 10 metros, o suficiente para manter a demanda de irrigação de um lote por produtor.

Com a boa vazão o poço poderia abastecer outros produtores, mas o problema está no desperdício e falta de sistemas atuais para irrigação.

“Aqui a gente trabalha assim: liga o motor que ele vai alagando a plantação, depois a gente fecha. É muita água que vai embora, tanto pela evaporação quanto pela absorção do solo. Nossa grande necessidade hoje é de um sistema mais moderno, que dê pra gente irrigar por gotejamento”, afirma Raimundo Bezerra. Com a restrição hídrica para a produção do Perímetro de Morada Nova, apenas 40% dos 955 irrigantes estão produzindo com auxílio de poços.

O Irrigante e presidente de uma comissão de agricultores do perímetro, Davi de Castro, diz que o perímetro existe desde 1968 e que o modelo de irrigação pouco mudou.

“Hoje se irriga da mesma forma que nossos pais e avós irrigavam há 47 anos atrás e, num momento de crise como esse, é importante termos acesso às novas tecnologias”, defende o produtor rural.

Pra ele, a busca pela ampliação da oferta de poços deve ser paralela à modernização do sistema de irrigação. “Do que adianta termos água farta se não soubermos usar de forma mais efetiva e racional. Estamos buscando apoio do governo do Estado para que ele seja parceiro dos irrigantes”, ressalta.

O presidente da Associação de Moradores do Sítio Exu e Adjacências, Clodoaldo Galvão, exemplifica que foi encontrado um rio subterrâneo, na localidade de Exu, e que o mesmo está fechado devido à sua grande vazão, sendo necessário sistema mais moderno de captação.

Visita

No último fim de semana, o titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Inácio Arruda, visitou o perímetro e constatou ser possível que os irrigantes possam produzir com ajuda de poços. “Nós observamos que aqui existe água de boa qualidade e que se mostra viável sua captação por meio de poços para a produção. Mas, infelizmente, a forma como ela vem sendo utilizada está gerando muito desperdício. Outros produtores poderiam ser beneficiados”, constatou.

Ainda de acordo com ele, tem-se mostrado cada vez mais necessário implantar novas tecnologias no campo, com maior rentabilidade e produtividade, principalmente para os pequenos produtores rurais.

“As grandes empresas já fazem isso há muito tempo. É preciso dar condições para que os pequenos também tenha acesso a equipamentos mais modernos, isso causa menos custo na hora de produzir e gera mais riquezas para a região”, complementou.

Viabilidade

“Temos água no subsolo para resolver problemas do Perímetro, mas estamos sozinhos”

Clodoaldo Galvão

Presidente da Associação de Moradores do Sítio Exu

“O perímetro se mostra em condições de operar com poços e temos que agilizar isso junto ao Estado”

Inácio Arruda

Secretário de Ciência e Tecnologia

fonte:http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/irrigacao-contribui-para-o-desperdicio-1.1425314

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