Nesta quarta-feira (16), o Comitê do Banabuiú, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), promoveram um encontro na localidade de Jurema Nova, em Banabuiú, reunindo membros da Comissão Gestora do hidrossistema Pedras Brancas e outros representantes da comunidade local.
A iniciativa integra o processo de construção do Plano de Gestão Proativa de Secas da região, com o objetivo de identificar impactos, vulnerabilidades e estratégias para enfrentar os períodos de estiagem a partir da escuta ativa da população.
Roda de conversa com a Comissão Gestora e outros atores sociais
O professor Delfábio Teixeira, do IFCE, apresentou a equipe organizadora, explicando aos participantes os objetivos do encontro, o calendário das próximas atividades e a dinâmica da “Roda de Conversa”. A metodologia adotada permitiu uma escuta qualificada das diferentes percepções sobre a seca a partir da vivência de quem lida diretamente com seus efeitos.
Durante a conversa, os participantes refletiram sobre diversos aspectos relacionados ao fenômeno da seca: desde os primeiros sinais de alerta até os impactos mais severos, passando pelas estratégias adotadas, positivas e negativas, para lidar com a escassez hídrica.
Também foram discutidos os conflitos provocados ou agravados pela estiagem, o papel das instituições envolvidas, exemplos de colaboração e sugestões do que pode ser feito de forma diferente em futuras crises.
Aplicação de questionário com atores participantes do grupo focal
Na segunda parte do encontro, os professores Jéssica Amaral e Eduardo Lúcio Amaral, também do IFCE, conduziram a aplicação de um questionário com os participantes. O objetivo foi coletar dados que permitam quantificar os impactos da seca, identificar os principais conflitos e mapear as respostas adotadas pelos diversos atores locais. A proposta também incluiu entender como esses atores percebem os riscos associados à seca e quais são suas preferências diante de diferentes cenários.
A metodologia envolveu a divisão dos participantes em subgrupos, com o acompanhamento de membros da equipe do plano e técnicos da Cogerh. Essa estrutura buscou garantir uma maior compreensão do questionário e facilitar a participação de todos.
O encontro contou com a presença de representantes da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), além de lideranças comunitárias e outros atores importantes para o debate sobre o uso e gestão das águas no hidrossistema local.
A iniciativa marca mais um passo na construção coletiva de estratégias para lidar com os desafios da seca, valorizando o conhecimento de quem vive o problema no dia a dia e fortalecendo a articulação entre instituições e comunidade.
Sobre o plano
O Plano de Seca é coordenado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), através do Projeto Cientista Chefe, em parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH).
O projeto está institucionalmente vinculado à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), por meio do projeto Desenvolvimento de Ferramentas Tecnológicas de Gestão para o Planejamento dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará: Segurança Hídrica e Planejamento de Secas.
Ele visa desenvolver ações para gestão de recursos hídricos em situação de escassez, aperfeiçoando o planejamento nas regiões. Por meio de estratégias operacionais, o plano conta com três esferas integradas: Alocação de Água, Plano de Segurança Hídrica e Plano de Gestão de Secas.
Juntamente com os Comitês de Bacia e as Comissões Gestoras, o documento estratégico, de curto prazo, visa definir ações capazes de diminuir o impacto das secas hídricas, acordando com os processos estabelecidos na alocação negociada de água já existentes.
De forma proativa, o Plano tem três pilares fundamentais que contempla diferentes escalas e finalidades: o monitoramento preventivo e o alerta precoce, a avaliação da vulnerabilidade, do impacto e a mitigação, o planejamento e as medidas de respostas.
