Iguatu. Será lançado, hoje, em Fortaleza, o Atlas Irrigação, com um mapeamento inédito dos polos irrigantes no Brasil. Será durante a programação de três encontros técnico-científicos sobre irrigação, gestão de recursos hídricos e tecnologias para uso racional de água na Agricultura: Inovagri International Metting, o III Simpósio Brasileiro de Salinidade (SBS) e o XXVI Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (Conird).
O Inovagri é apontado como o maior evento da América Latina na discussão da temática relacionada aos recursos hídricos e assume importância de destaque neste ano em decorrência do quadro de seca que castiga o sertão nordestino nos últimos seis anos. O atual ciclo de estiagem é o maior dos últimos cem anos, caracterizado por perdas sucessivas de recursos hídricos.
O Atlas Irrigação é um documento produzido pela primeira vez no Brasil, por estudos, pesquisa bibliográfica e levantamentos, em meio à falta de dados consolidados sobre o assunto no País. A publicação tenta responder questões pendentes e apresenta uma série de dados importantes das regiões brasileiras.
A irrigação responde por 70% do consumo dos recursos hídricos no mundo. No Brasil, essa taxa se mantém. Por ser um país exportador de produtos agropecuários e que irriga uma pequena parte de seu potencial, há muito para expandir, pois o uso do recurso hídrico tem que ser feito de forma sustentável ou pode haver conflitos mais graves pelo uso na água no futuro.
O Nordeste é uma região especialmente sensível nesta questão, pois fez muitos investimentos em irrigação. “Já vivenciamos conflitos localizados, mediados nas reuniões de alocação de água promovidas pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) com momentos de tensão”, diz o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, Antonio Cezar Cristóvão.
Apesar da crise hídrica que castiga o sertão cearense, ainda há muitos produtores que insistem em obter liberação de água de açudes como o Orós e Castanhão para uso em irrigação de grãos (feijão, milho) e capim, além de unidades de criatórios de camarão.
A realização do Inovagri e o lançamento do Atlas Irrigação trazem contribuição para uma discussão ampla, técnica e científica sobre uma temática que se tornou cara para o Estado. “Precisamos usar melhor a água na irrigação, evitar desperdício, escolher o melhor sistema”, pontua o secretário executivo da SRH, Aderilo Alcântara.
A agricultura irrigada brasileira tem um histórico de desenvolvimento crescente e ainda há potencial a ser explorado desde que se observe o uso em bases econômicas e ambientalmente sustentáveis. O Atlas demonstra que a irrigação na produção agrícola ainda é subestimado.
FONTE: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/atlas-da-irrigacao-tera-lancamento-em-fortaleza-1.1829073
