A 2ª Jornada sobre Cidades e Mudanças Climáticas reúne especialistas internacionais em meio ambiente

O Ceará, que segue sofrendo cinco anos ininterruptos de estiagem, pode passar por secas ainda mais prolongadas e severas. A afirmação é do secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, em entrevista no primeiro dia da 2ª Jornada sobre Cidades e Mudanças Climáticas. Fortaleza foi escolhida entre 37 cidades de quatro países (Brasil, Índia, África do Sul e Indonésia) para sediar o evento, que é o mais importante a nível nacional, após a Conferência Mundial sobre o Clima (COP-21), em Paris.

De acordo com Carlos Rittl, o Semiárido é um dos climas mais vulneráveis às mudanças climáticas. “Se a gente tinha secas ocasionais, essas mais frequentes e mais extensas tendem a ser o novo ‘normal’”, declarou. Thierry Dudermel, chefe da seção de Desenvolvimento e Cooperação da União Europeia no Brasil, observa cenário semelhante no restante do planeta. “Os eventos extremos que têm ocorrido, como grandes secas, alagamentos e tempestades, não faziam parte do padrão ‘normal’ de clima”, alertou.

Por causa dessas significativas mudanças climáticas, 187 países fizeram acordo histórico durante a COP-21, em dezembro de 2015. Na época, todos se comprometeram a limitar em dois graus Celsius o aquecimento global e a continuar os esforços para alcançar o
limite de 1,5°C.

Em Fortaleza, os esforços de cooperação são vistos, principalmente, no sistema de bicicletas compartilhadas. Desde que foi implantado, o Bicicletar já evitou que 248,9 toneladas de carbono fossem liberadas na atmosfera. Laurent Bili, embaixador da França no Brasil, elogiou também as ações municipais de integração do sistema aos terminais de ônibus. “O objetivo não é que a qualidade de vida das pessoas seja ruim por causa da luta contra as mudanças climáticas. É exatamente o contrário: que depois de todos esses esforços tenhamos uma vida melhor e mais confortável”.

Já a respeito das iniciativas estaduais, Bili considerou que “o Ceará tem consciência do desafio, que é muito grande” e que já sinalizou interesse em, por meio de um plano de reflorestamento, reparar danos causados pela perda de 50% da cobertura vegetal.

Legislação

Ainda neste semestre, o Ministério do Meio Ambiente pretende lançar o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas. A intenção é orientar estados e municípios a identificarem suas principais vulnerabilidades para direcionar as ações do Governo Federal sobre o tema.

“As pessoas vão ter de ajudar. Claro que esse peso deve ser muito maior para os governos e para o setor privado, mas ajuda muito a gestão correta dos resíduos sólidos, a economia de energia…”, comentou o representante do Ministério no evento, Adriano Santhiago.

A secretária do Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza, Águeda Muniz, destacou que, para perpetuar as ações de controle urbano, a Política de Enfrentamento às Mudanças Climáticas deve integrar o Código de Obras e Posturas da Cidade, que vai para a Câmara Municipal em abril deste ano.

Saiba mais

A entidade que organiza a Jornada é a Associação Mundial de Governos Locais Dedicados ao Desenvolvimento Sustentável.
Na última terça-feira Fortaleza sediou o CB-27, que reuniu 27 municípios brasileiros para, a partir do acordo de Paris, discutir sobre o enfrentamento às mudanças climáticas.

fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2016/02/25/noticiasjornalcotidiano,3579490/aquecimento-global-pode-gerar-secas-mais-severas.shtml

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