Apesar de registrar uma economia no mês de junho de 10%, os municípios continuarão com a cobrança da tarifa de contingência. A meta de redução passou de 10% para 20%.

Mesmo sem atingir a meta de redução de consumo de água na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) avalia como positivo os índices de redução, que chegou a 10% em junho deste ano. Conforme levantamento da Cagece, no primeiro semestre de 2017, a economia foi de 8,4 milhões m³ de água. Em igual período do ano passado houve redução de 2,9 milhões m³, ou seja, a população quase dobrou a economia neste semestre sendo equivalente a 189%. De acordo com o órgão, os clientes residenciais da Companhia conseguiram reduzir o consumo de 11,85m³ para 10,86m³.

A tarifa de contingência, que vem sendo aplicada desde dezembro de 2015 nos clientes que ultrapassarem o consumo definido pela Cagece, é uma das apostas para essa redução. No ano passado, a meta de economia passou de 10% para 20%. O valor da meta continua sendo calculado a partir do consumo médio do período de outubro de 2014 a setembro de 2015. Ou seja, os clientes podem consumir até 80% da média dos doze meses considerados. Antes essa meta era de 90%.

Apesar da redução do consumo de água, o número de clientes que caíram na tarifa foi menor neste ano. No primeiro semestre de 2016 foram tarifados 253 mil clientes. No mesmo período de 2017, o total foi 234 mil clientes que receberam o valor a mais na conta. O dinheiro arrecadado com a taxação no ano passado foi de R$ 29,7 milhões e, em 2017, o valor subiu, atingindo a ordem de R$ 34,4 milhões. O aumento da arrecadação foi de 45%. Do total, após deduções fiscais, a Cagece afirma que ficou com R$55 milhões.

Bons resultados

O superintendente comercial da Cagece, Agostinho Moreira, explica que o aumento está diretamente ligado ao aumento da meta de redução e a revisão tarifária. “O primeiro motivo é que a meta era de 10% e passou a ser 20%, desde o meio do ano de 2016. O cliente que não atingiu teve uma incidência monetária maior. O usuário da rede que não conseguiu atingir a meta passou a pagar mais caro. O segundo motivo é que tivemos aplicação da revisão tarifaria. O valor é calculado em cima dessa revisão”, explica.

Conforme o profissional, a última revisão aplicada foi de 12,9%. Essa arrecadação tem destinação certa e orientada pelas agências reguladoras, que obrigam que seja investido em ações de combate à escassez e de desperdício de água. Segundo o presidente da Cagece, Neurisangelo Freitas, os dados são positivos, mas é preciso economizar.

“A tarifa deve continuar no segundo semestre pois não conseguimos um aporte suficiente para deixar o Estado numa situação tranquila. Tivemos boas chuvas no Norte, mas na Região Metropolitana de Fortaleza e nas bacias do Jaguaribe, que aportam água para Capital, a situação não foi boa. Aguardaremos agora a próxima quadra chuvosa para uma nova avaliação”, explica Neurisangelo.

Conforme Freitas, 94% das tarifas ainda são em contas residenciais. O fornecimento de água para indústria é de responsabilidade da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Sobre alteração no valor de 20% da meta de redução, o presidente informou que o número não deve sofrer alterações. “Reduzir mais do que isso é muito sacrifício para a sociedade suportar. Vamos procurar outras alternativas para buscar redução do consumo e aporte, sem pensar em racionamento como o próprio governador falou”, explica o gestor.

Tarifa

Caso o consumidor ultrapasse a meta de consumo estipulada pela Cagece, será cobrado um adicional de 120% sobre o volume que foi ultrapassado. Por exemplo, uma pessoa que consome, em média, 20 m³ por mês, terá como meta consumir até 16 m³/mês. Se forem faturados 20 m³, os 4 m³ excedentes terão um sobrepreço de 120% do valor normal faturado.

Além de Fortaleza, outros 17 municípios da Região Metropolitana – Aquiraz, Cascavel, Caucaia, Chorozinho, Eusébio, Guaiúba, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajús, Pacatuba, Paracuru, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante, São Luís do Curu e Trairi -foram autorizados a aplicar a tarifa.

FONTE: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/economia-no-consumo-de-agua-dobra-na-rmf-1.1799465

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