A falta de investimentos na manutenção, desperdício e ligações clandestinas estão entre as principais causas
Mesmo com a perspectiva de mais um ano de seca em 2016, o Ceará registra aumento de perdas na rede de abastecimento. Em 2010, esse percentual era de 21,7% e, neste ano, alcançou 26,76%, segundo dados da Companhia de Água e Esgoto do Estado (Cagece).
O reajuste médio da tarifa em 12,9% e a cobrança de multa para quem desperdiçar pressionam o usuário para economizar seu uso. Na contrapartida, as operadoras públicas carecem de maior investimento na manutenção e no combate aos índices das perdas, aponta relatório da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).
Por meio ferramenta Whatsapp, os leitores do Diário do Nordeste denunciaram vazamentos na rede em vários bairros de Fortaleza, cujo índice de Água Não Faturada (Ianf), de acordo com a própria Cagece, chega a 32%.
No último dia 17 de outubro, um acidente causado pelos serviços realizados pela Prefeitura de Fortaleza na Av. Padre Antônio Tomaz suspendeu o fornecimento de água em alguns bairros da área leste da cidade para reparo. O abastecimento só voltou ao normal no dia 19. “Todos precisamos unir forças, mas parece que só a população vai pagar pelo pato”, reclama o comerciante do Jóquei Clube, Clebersson da Silva Júnior.
Na avaliação da Abes, um dos principais indicadores de eficiência da operação dos sistemas de abastecimento de água é o índice de perdas. “Sem dúvida, os investimentos existem, mas em uma velocidade extremamente baixa. Por isso, o combate às perdas de água transformou-se em um grande desafio”, salienta.
Para a entidade, os benefícios de um projeto de redução de perdas são diversos. Com a redução das perdas físicas, a empresa pode produzir uma quantidade menor de água para abastecer o mesmo número de pessoas, reduzindo os custos e tendo maior volume para investimentos.
A Cagece informa, em nota, que todas as suas unidades são mobilizadas para o atendimento rápido de demandas relacionadas às perdas de água. O percentual de perdas diz respeito a ligações clandestinas, fraudes, vazamentos ocultos e visíveis, entre outros. O órgão esclarece que possui um dos menores índices entre as companhias brasileiras. A empresa tem planejamento no controle e redução de perdas, que faz parte de um projeto de investimentos. Além das ações, está prevista a implantação de distritos de medição e controle como forma de monitorar a rede por meio de automação.
fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/rede-de-abastecimento-tem-aumento-de-perdas-no-ceara-1.1420442
