Perímetros irrigados mantidos pelo Dnocs passam por dificuldade por causa da seca prolongada. Se a situação de estiagem permanecer no próximo ano, áreas de plantio não poderão ser ampliadas.

Os 14 perímetros irrigados do Ceará administrados pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) também estão sendo afetados pela estiagem prolongada. Com chuvas abaixo da média nos últimos três anos, a plantação de culturas temporárias deixou de ser realizada em algumas áreas. Até agora – conforme explica Ney Barros, chefe da equipe técnica da coordenadoria do Dnocs no Ceará – os perímetros mais afetados são Curu-Paraipaba, Curu-Pentecoste, Várzea do Boi e Morada Nova.

 

Dos nove açudes que alimentam essas áreas, cinco têm volume inferior a 5%. As restrições começaram a ficar mais severas em junho deste ano. Com a baixa reserva hídricas dos açudes, foi priorizado o abastecimento das pessoas em detrimento da produção agrícola. “Os açudes que alimentam o Curu estão praticamente secos. E a pouca reserva existente foi priorizada para abastecimento humano”. Também com séria dificuldade, o perímetro Várzea do Boi está no volume morto e também foi priorizado o abastecimento humano. “Outro é o de Morada Nova, que também tem área significativa, e foram suspensas as atividades de irrigação”, afirma Ney Barros.

 

De acordo com Laucimar Gomes Loiola, diretor de Desenvolvimento Tecnológico e de Produção do Dnocs, em uma decisão estratégica, as culturas permanentes foram beneficiadas em relação às culturas temporárias. “Pedimos que as culturas temporárias cessassem o plantio em alguns lugares. Tem prejuízo por deixar de produzir, mas não um tem prejuízo tão grande. As permanentes demoram mais para chegar em fase de produção – como manga, caju e coco. Tem um período para elas chegarem a produzir. Diferente de feijão, milho. Dessa forma, nós não tivemos o prejuízo com mortalidade da cultura”, explica Laucimar. Nos casos da plantação temporária já estar em produção, afirmou o diretor, foi solicitado que os agricultores terminassem as colheitas. “Mas não replantassem imediatamente”.

 

2015

Permanecendo a situação de estiagem no próximo ano, afirmou o chefe da equipe técnica da coordenadoria do órgão no Ceará, Ney Barros, não deverá haver ampliação da área irrigada. “O Dnocs está fazendo licitação para contratar uma empresa especializada em perfuração de poços. Está previsto para Curu-Paraipaba e Curu-Pentecoste, principalmente. Em Paraipaba, 30 poços profundos deverão abastecer os reservatórios, bombeando e distribuindo. E a perfuração e instalação de 25 poços profundos em Pentecoste”.

 

Laucimar Gomes afirma que, apesar das restrições e baixa recarga dos açudes na última quadra chuvosa, o Ceará tem conseguido manter um nível de produção satisfatório. “Nós temos algumas dificuldades. Alguns perímetros quase não estão plantando. Mas, mesmo que não aconteça recarga no próximo ano, acredito que vamos conseguir manter alguns desses projetos”. (Isabel Costa)

 

Fonte: JORNAL O POVO.

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