O pedido das térmicas Pecém I e Pecém II de encerrar a produção de energia foi recebido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 13 de outubro, mas o despacho sobre o assunto só deve acontecer dentro de 40 dias, conforme estimou a própria Aneel. Até lá, a Agência informou que as usinas devem manter a operação sem nenhuma alteração.

“Após sorteio, o processo foi encaminhado ao Diretor que irá analisar a questão em Reunião Pública da Diretoria. Ainda não há posicionamento formal da Agência, uma vez que a instrução do processo não foi concluída”, acrescenta a nota enviada pela Aneel na tarde de ontem.

As duas maiores usinas de carvão do País resolveram informar que não poderão mais operar devido ao alto custo da água usada para a geração de energia. Com seca, o insumo ficou cada vez mais caro para as térmicas. O volume usado é equivalente a 6% de um dia do consumo residencial de Fortaleza, o que resultou em uma conta de R$ 1,308 milhão, enquanto o Encargo Hídrico Emergencial foi de R$ 9,125 milhões.

Tratativas

Procurado pela reportagem, o Complexo Termelétrico Pecém – responsável pela operação das duas usinas instaladas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) – afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que “está em tratativas com os órgãos competentes, e que segue comprometida em encontrar uma solução que será benéfica para todos os envolvidos, sem prejudicar a segurança energética do Estado do Ceará e/ou a saúde financeira dos empreendimentos”. Também procurado, o governo do Estado do Ceará, responsável pela efetivação do novo encargo, preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Uso imprescindível

Na análise de Jurandir Picanço, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), atualmente, o uso das termelétricas é imprescindível para o País, devido ao baixo nível de abastecimento dos reservatórios das hidrelétricas. E, caso haja uma revisão no preço da energia gerada pelas termelétricas cearenses, ele alerta que, consequentemente, a conta de luz também ficará mais cara para o consumidor.

“Se essas térmicas pararem, a Aneel vai ter que contratar térmicas mais caras. E o valor será repactuado com os consumidores”, explica o especialista. Para Jurandir Picanço, no atual contexto de seca que assola o Estado nos últimos cinco anos, o melhor para o Ceará seria o desligamento das térmicas.

“O reflexo prático disso vai ser o aumento da tarifa de energia. Mas o melhor mesmo, com relação à administração do recurso hídrico é a paralisação, porque temos outras alternativas que, mesmo mais caras, podem suprir essa demanda de energia, enquanto para água não temos alternativas”, disse.

fonte:http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/termicas-devem-operar-ate-a-aneel-definir-sobre-pedido-1.1636280

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