Açude Banabuiú e sua história.

Denominado Açude Arrojado Lisboa, em homenagem ao primeiro Inspetor Geral de Obras Contras as Secas, o açude é popularmente conhecido como Açude Banabuiú, visto que, o mesmo é localizado na cidade de Banabuiú, localizada a 210 km de Fortaleza.

Inicialmente, o projeto do Açude de Banabuiú, foi construído para beneficiar o projeto de irrigação do perímetro de Morada Nova, criado pelo engenheiro professor Casimiro José Munarki e com estudos realizados no Laboratório Hidrotécnico Saturnino de Brito, no Rio de Janeiro. Com os estudos realizados entre os anos de 1912 a 1934, chegaram a diagnósticos milimétricos, através dos dados empíricos do estudo do Engenheiro Francisco Aguilar, foi então percebido que o local seria propício para a construção do açude e, logo em seguida, a barragem. De fato, os estudos que concretizaram o local eram realmente ideais, pois as obras tiveram que ser interrompidas pelas cheias dos anos posteriores às grandes estiagens, por exemplo em 1953 a 1960 as obras mal andaram por conta das chuvas. (DNOCS DAMPOS RJ.1864-1929).

As obras do açude foram iniciadas no ano de 1958, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, vindo a ser concluída no ano de 1966. Com isso, o Acampamento Banabuiú viria a crescer com a procura de empregos nos entornos da construção, logo transformando-se em povoado. É possível relacionar o crescimento populacional de Banabuiú, com a grande seca que assolava o Nordeste na década de 50, e o movimento dos Flagelados da Seca, que tentavam chegar a capital cearense, mas falhavam, e acabavam se instalando em grandes obras hídricas, como é o caso da construção da Barragem de Quixeramobim, e da Barragem do Patú.

Não tem-se registrado se realmente os Flagelados chegaram a construção do Arrojado Lisboa, mas se tem datado, que a construção do Açude do Banabuiú foi diferente das outras outras obras, em relação ao pagamento do trabalho realizado e a construção das casas que logo viriam a tornar-se cidade. Em entrevistas realizadas com Luiz Lins e José Mesquita, antigos funcionários do DNOCS, ambos relatam que os produtos e roupas que chegavam para as famílias e trabalhadores, eram de boa qualidade, embora todas as famílias usassem os mesmos produtos e tipos de roupas, mas é importante ressaltar a função político-social desempenhada pelo DNOCS, que influenciou de maneira positiva na construção do açude e consequentemente na construção da cidade, visto que a mesma foi erguida através dos trabalhadores, e por conta da construção do açude.

Uma das curiosidades do açude, é sobre sua engenharia, o peso e tamanho das comportas são de grandeza peculiar, cada uma pesando 47 toneladas e medindo 15x9m. Já em relação as suas sangrias, a primeira foi registrada na década de 80, o grande inverno provocou uma tragédia no município de Morada Nova, no qual as águas do rio chegaram e causaram inundações na cidade, de acordo com registros do DNOCS, o açude sangrou novamente em 2004 e 2009.

O Açude Banabuiú em sua capacidade total, armazena 1.601.000.000 m³, sendo o terceiro maior reservatório do estado do Ceará, ficando apenas atrás do Açude Castanhão e do Açude de Orós. Atualmente, em janeiro de 2021, o açude tem armazenado 188.000.000 m³, equivalente a 11,77% de sua capacidade.

O açude é administrado pelo Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Obras Contra Secas – DNOCS, sendo monitorado desde o ano de 1993 pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, que por sua vez, auxilia na manutenção e recuperação de algumas atividades. A qualidade da água (Grau de Trofia) do Açude Banabuiú, conforme boletim da COGERH, é classificada em Hipereutrófica, dados referentes a agosto de 2020.

FONTE: FONTE: LINS, PEDRINA VACILANE GUIMARÃES. A URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE BANABUIÚ A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DO AÇUDE ARROJADO LISBOA. 2014. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em 2014) – Universidade Estadual do Ceará, , 2014. Disponível em: <https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=93312> Acesso em: 22 de janeiro de 2021.

Biblioteca IBGE.

FUNCEME.

DNOCS.

SRH – Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará.

Link: qualidade da água: http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-estado-trofico.aspx

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