Localizado no município de Quixeramobim, a 203km de Fortaleza, o Açude de Quixeramobim, mais popularmente conhecido como Barragem de Quixeramobim, é denominado oficialmente como Açude Engenheiro José Cândido de Castro de Paulo Pessoa, em homenagem ao engenheiro sobralense, e ex-diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra Secas (DNOCS). Historicamente, a ordem de construção foi aprovada no mesmo período do Açude do Cedro, devido ao período de extrema seca que assolava a região do sertão central cearense entres os anos de 1877 e 1879.

O reservatório está localizado no oeste da cidade, entre duas serrotas do Rio Quixeramobim, foi escolhido a partir de uma visita de engenheiros que vieram ao Ceará no ano de 1978. Com obras iniciadas em 1919, e pausadas em 1923, a sua conclusão viria a acontecer anos mais tarde. Mas antes, fatos históricos relevantes aconteceram em seu entorno, como em 1932, durante a grande a seca, no governo do então Presidente Getúlio Vargas, foi criado no canteiro de obras do DNOCS na Barragem de Quixeramobim, um campo de concentração dos “flagelados da seca”, que viria a ser ocupado por 03 meses, até a transferência para o campo de Concentração de Ipú.

Curiosamente, antes da aprovação do projeto final de construção que iniciou-se em 1958, outros dois projetos foram apresentados, ambos vindo a ser rejeitados. Em 1960 a construção do reservatório foi concluída, sob a supervisão dos engenheiros Maurício da Paula Miranda, Carlos Guilherme Matos, Danilo Benício Castelo Brando e João Pessoa Xavier de Macedo. Apesar do projeto apresentar que a capacidade hídrica da barragem seria de 54 milhões de metros cúbicos (m³) de água, a capacidade atual é de 7,88 milhões de metros cúbicos (m³), capacidade muito abaixo da apresentada no projeto de construção.

Um fato histórico relevante sobre a barragem que ocorreu em 1974: foi a maior enchente da história de Quixeramobim. As fortes chuvas e o “arrombamento” do Açude Teotônio, localizado em Madalena, trouxeram um grande volume de água para a Barragem de Quixeramobim. Como consequência, a água acabou passando do limite da parede do reservatório, resultando em diversos pontos de alagamentos pelo centro da cidade. Na ponte metálica a água quase alcançou o piso. Atualmente, janeiro de 2021, a capacidade do açude é de 20,34%, equivalente a 1,6 hm³.

O açude é administrado pelo Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Obras Contra Secas – DNOCS, sendo gerenciado desde o ano de 1993 pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, que por sua vez, realiza monitoramento quantitativo e qualitativo, inspeções de segurança regular, e desenvolve o processo de Alocação Negociada de Água, conjuntamente com o CSBH – RB, Comissão Gestora do reservatório e a sociedade em geral. A qualidade da água (Grau de Trofia), conforme boletim da COGERH, é classificada em Oligotrófica, dados referentes a agosto de 2020.

FONTE: Acervo – Valdecy Alves.

SRH – Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará.

FUNCEME.

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