Existem problemas no Píer 1, atrasando a descarga dos navios, que se enfileiram na área de fundeio

Maior investimento privado da história do Ceará, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que na implantação, concluída no primeiro semestre deste ano, consumiu investimentos de quase US$ 6 bilhões, está em pleno funcionamento, produzindo e exportando placas de aço para clientes asiáticos e europeus. Para a sua operação, a CSP necessita de minério de ferro, sua matéria-prima, e de carvão mineral, que chegam quase semanalmente em navios que atracam no Píer 1 do Porto do Pecém.

Esse píer tem dois berços de atracação. Deles partem duas esteiras transportadoras – uma para o minério, outra para o carvão – que levam os produtos até o pátio de estocagem da usina. Fontes da área portuária, uma das quais ligada ao setor de logística, informaram nessa sexta-feira (7) que a esteira transportadora de minério tem operado sem problema, mas a que transporta carvão mineral “está sempre passando por manutenção”, o que quer dizer que “ela opera em baixa velocidade”, retardando o processo de descarga e provocando o congestionamento na área de fundeio do Porto do Pecém, como disse um operador portuário. Nesa sexta-feira, havia, ancorados, mais de 20 navios – a maioria carregados de minério e carvão – aguardando atracação nos berços do Píer 1.

Carga e descarga deficitária

A mesma fonte revelou que o Porto do Pecém “tem hoje e terá até o fim de 2017, quando a atual expansão do terminal for concluída, uma superestrutura – por exemplo, dupla ponte de acesso (a segunda já em execução) – mas falta-lhe a infraestrutura de mais equipamentos modernos que permita a perfeita e rápida operação de carga e descarga, abreviando a estadia dos navios, que pagam caras taxas portuárias”.

Na área de fundeio, está ancorado – desde o dia 19 de julho – o navio Break Bulk, cujos porões estão cheios de carvão mineral para a usina da CSP. Nenhuma das fontes desta informação soube explicar por que essa embarcação ainda não atracou.

Tmut

Uma fonte da Cearáportos disse a este colunista que a empresa nada tem a ver com a permanência desse navio na área de fundeio, pois a prioridade da atracação dos navios é estabelecida pela Siderúrgica. A mesma fonte da área de logística também lamentou “a pouca área” (largura) do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut). “Quando há embarque de placas de aço ou quando há desembarque de bobinas de aço, a operação é demorada por falta de “mais espaço”.

Em relação a este ponto, a fonte transmitiu uma notícia importante: o governo do Ceará está “muito próximo” de fechar acordo com um grande grupo operador portuário, que promete agregar ao Porto do Pecém “novos equipamentos”. Um dos sócios desse grupo é estrangeiro e tem larga experiência na área.

Entraves apontados

Outra fonte consultada fez referência ao encontro que tiveram quinta-feira (6) o novo presidente da Companhia Siderúrgica do Pecém, Eduardo Parente, e o governador Camilo Santana, no Palácio da Abolição. “Eduardo Parente é um homem de logística, sabe onde estão os gargalos do Porto do Pecém e tratou deles com o governador Camilo”, revelou a fonte.

“Os problemas agora detectados e apontados no Pecém são comuns em portos de pouca idade, razão pela qual o governo do Ceará e a CSP superarão as dificuldades atuais, que são muito pequenas diante da grandiosidade desse equipamento que é fundamental para a economia cearense”, explicou a mesma fonte.

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