Localizado em Senador Pompeu, 273km de Fortaleza, o Açude do Patu mais comumente conhecido como “Barragem do Patu”, teve seu projeto concluído ainda no fim da década de 10, mais precisamente em 1919 no governo do até então presidente Delfim Moreira, mas somente em 1921, já no governo do presidente nordestino Epitácio Pessoa, as obras iniciaram-se, com os trabalhos da empresa Dwight P. Robinson & Co., o ano de 1921 foi marcado pelas primeiras escavações do açude. Em 1923, as obras viriam a ser paralisadas por ordem do até então presidente Arthur Bernardes, devido as outras grandes obras de açudagem pelo Nordeste.
Sessenta e um anos após as primeiras escavações, de fato as obras do Açude do Patu tiveram inicio. Com a instalação do canteiro de obras da Empresa Industrial e Técnica S.A. (EIT) em 22 de novembro de 1984, e a construção de estradas de acesso, o tão sonhado Açude do Patu viria a ter suas obras concluídas em 25 de novembro de 1897.
Assim como outros açudes do estado do Ceará, na década de 30, o Açude do Patu serviu como campo de concentração para os “flagelados da seca”, estima-se que aproximadamente 20 mil pessoas estivessem instaladas em 12 casarões e 160 barracos de taipa, sendo o segundo maior. A criação dos “campos de concentração” no Ceará tinham como intuito, “parar” a caminhada dos flagelados até a capital cearense, devido as questões sanitárias e econômicas da época. Atualmente, o campo de concentração de Senador Pompeu é o único que ainda mantém a estrutura utilizada na época, em 2019 o campo foi tombado como patrimônio municipal.
Curiosamente, o Cemitério das Almas da Barragem que fica próximo ao açude, cerca de 500 metros de distância, está em preservação dentro do Sítio Histórico de Senador Pompeu, assim como a Vila dos Ingleses, a Estação, o Açude, o Hospital e a Casa de Pólvora.
O açude em sua capacidade total armazena 65.103.000 m³, atualmente, está com 24% de seu volume, em um total de 15,62hm³, dados referentes a dezembro de 2020.
O açude é administrado pelo Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Obras Contra Secas – DNOCS, sendo monitorado desde o ano de 1993 pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, que por sua vez, auxilia na manutenção e recuperação de algumas atividades, como por exemplo, a Adutora KM 20, criada no anos 2000 e com extensão de 9 km, que viabiliza a distribuição de água para 1.626 pessoas do município de Senador Pompeu. A qualidade da água (Grau de Trofia), conforme boletim da COGERH, é classificada em Eutrófica, dados referentes a setembro de 2020.
FONTE: Deutsche Welle;
